domingo, 11 de outubro de 2015

MULHER, LIBERTE-SE DA CULPA. TEXTO DE ANDRÉIA FRANCO.




Quando falo da necessidade de autolibertação da sensação de culpa, mais especificamente da mulher, venho tratar desse tema porque somos educados a acreditar que somos sempre as culpadas por alguma coisa.
Veja que culpar o outro por erros que nós mesmos cometemos é o mesmo que não reconhecer o quanto não temos maturidade o suficiente para reconhecer nossos erros e acertos, é bem mais fácil dizer: “a culpa é sua”, que dizer: “eu errei”. A vida é feita de erros e acertos, todos nós um dia erramos ou acertamos, costumamos nos enaltecer quando acertamos, e nos calar/fechar para o mundo quando erramos.  
A necessidade de controle sobre a mulher vem enquanto uma própria autodefesa do homem ao “legislar” em sua própria causa, é uma questão nada menos que sobrevivência, pessoas dominam e são dominadas, precisam manter controle sobre o outro a fim de garantir o futuro da sua espécie.
A mulher carrega ao longo de sua história a sensação de culpa, a começar pela estória de Adão e Eva, onde a mulher é apontada como a culpada por ter comido a maçã e pelo pecado mortal da carne, cujo conto nada mais é que uma criação dos homens para os homens, pois quem produz, imprime, divulga e vende é o homem.
Sobre essa relação homem/mulher, o fato é que a mulher é um ser esplêndido, chega a ser poético, pois só ela é capaz de gerar dentro de si outro ser, de maneira que suas capacidades/habilidades estão mais ligadas aos cuidados que somente ela é capaz de dar/e fazer pelas pessoas que a rodeiam.
Nossa capacidade vai além do doméstico (das obrigações do lar), há mulheres e mulheres, o fato é que cada uma delas, de modo especial, tem importante papel na formação da sociedade.  Venho tocar nesse tema por considerar o quão importante é que a mulher se manifeste em determinadas situações, o fato é que sociedades são construídas com centenas e centenas de anos de luta. É preciso reconhecer o papel da mulher na construção dessa sociedade, falo isso da necessidade de a mulher se manifestar mais nas artes, na política, etc.,  a buscar se profissionalizar e, com isso, se libertar da condição de dependente para serem as administradoras de seu próprio destino.
Como diz o velho ditado: “água mole pedra dura, tanto bate até que fura”. Noutros termos, a mulher precisa deixar sua marca, sua presença marcada na história da humanidade, sejam elas tristes ou alegres, o fato é que grandes acontecimentos só ocorrem porque houve células pequenas se manifestando, a presença do inconformismo faz, em si, sucumbir o desejo por mudanças, e tais mudanças precisam ser organizadas. Uma mulher pode não passar de uma ovelhinha despercebida dentro de uma multidão, mas imagina muitas mulheres, elas juntas podem formar sua própria multidão e lutarem juntas pelas mudanças sociais e ideológicas que tanto desejam.
Vejo a libertação da culpa como uma frutífera forma para o despertar do espírito libertador, pois o autoflagelo nada mais é que o assassinato de nossa própria identidade. Sim, quando nos autoculpamos e nos autocrucificamos acabamos por nos deixar dominar pelo medo, pela sensação de incapacidade e de temor frente ao desconhecido. Acabamos por construir nossa própria caverna, nos isolando do mundo e dos outros.
A única certeza que tenho disso tudo é que a vida é, em si, uma guerra, onde perdemos e ganhamos, choramos e sorrimos, nos surpreendemos e nos decepcionamos, etc... eis o palco mais esplêndido do mundo: viver ou morrer, lutar, sonhar e ir em busca de um futuro melhor. Então, no palco da vida, é preciso reconhecer que tudo isso faz parte de nossa existência, de que a força é exaltada por excelência, de que a fraqueza é, nada mais, um sinal de que todos nós estamos sujeitos ao fracasso.
Então, mulher, liberte-se da culpa, liberte-se de tudo que a aprisiona, não seja prisioneira, seja liberta.


Andréia Franco
Aparecida de Goiânia, 11/10/2015.

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