Quando falo da
necessidade de autolibertação da sensação de culpa, mais especificamente da
mulher, venho tratar desse tema porque somos educados a acreditar que somos
sempre as culpadas por alguma coisa.
Veja que
culpar o outro por erros que nós mesmos cometemos é o mesmo que não reconhecer
o quanto não temos maturidade o suficiente para reconhecer nossos erros e
acertos, é bem mais fácil dizer: “a culpa é sua”, que dizer: “eu errei”. A vida
é feita de erros e acertos, todos nós um dia erramos ou acertamos, costumamos
nos enaltecer quando acertamos, e nos calar/fechar para o mundo quando erramos.
A necessidade
de controle sobre a mulher vem enquanto uma própria autodefesa do homem ao “legislar”
em sua própria causa, é uma questão nada menos que sobrevivência, pessoas
dominam e são dominadas, precisam manter controle sobre o outro a fim de
garantir o futuro da sua espécie.
A mulher
carrega ao longo de sua história a sensação de culpa, a começar pela estória de
Adão e Eva, onde a mulher é apontada como a culpada por ter comido a maçã e
pelo pecado mortal da carne, cujo conto nada mais é que uma criação dos homens
para os homens, pois quem produz, imprime, divulga e vende é o homem.
Sobre essa
relação homem/mulher, o fato é que a mulher é um ser esplêndido, chega a ser
poético, pois só ela é capaz de gerar dentro de si outro ser, de maneira que suas
capacidades/habilidades estão mais ligadas aos cuidados que somente ela é capaz
de dar/e fazer pelas pessoas que a rodeiam.
Nossa
capacidade vai além do doméstico (das obrigações do lar), há mulheres e
mulheres, o fato é que cada uma delas, de modo especial, tem importante papel
na formação da sociedade. Venho tocar
nesse tema por considerar o quão importante é que a mulher se manifeste em
determinadas situações, o fato é que sociedades são construídas com centenas e
centenas de anos de luta. É preciso reconhecer o papel da mulher na construção
dessa sociedade, falo isso da necessidade de a mulher se manifestar mais nas
artes, na política, etc., a buscar se
profissionalizar e, com isso, se libertar da condição de dependente para serem
as administradoras de seu próprio destino.
Como diz o
velho ditado: “água mole pedra dura, tanto bate até que fura”. Noutros termos, a
mulher precisa deixar sua marca, sua presença marcada na história da
humanidade, sejam elas tristes ou alegres, o fato é que grandes acontecimentos
só ocorrem porque houve células pequenas se manifestando, a presença do inconformismo
faz, em si, sucumbir o desejo por mudanças, e tais mudanças precisam ser
organizadas. Uma mulher pode não passar de uma ovelhinha despercebida dentro de
uma multidão, mas imagina muitas mulheres, elas juntas podem formar sua própria
multidão e lutarem juntas pelas mudanças sociais e ideológicas que tanto
desejam.
Vejo a
libertação da culpa como uma frutífera forma para o despertar do espírito libertador,
pois o autoflagelo nada mais é que o assassinato de nossa própria identidade.
Sim, quando nos autoculpamos e nos autocrucificamos acabamos por nos deixar
dominar pelo medo, pela sensação de incapacidade e de temor frente ao
desconhecido. Acabamos por construir nossa própria caverna, nos isolando do
mundo e dos outros.
A única
certeza que tenho disso tudo é que a vida é, em si, uma guerra, onde perdemos e
ganhamos, choramos e sorrimos, nos surpreendemos e nos decepcionamos, etc...
eis o palco mais esplêndido do mundo: viver ou morrer, lutar, sonhar e ir em
busca de um futuro melhor. Então, no palco da vida, é preciso reconhecer que
tudo isso faz parte de nossa existência, de que a força é exaltada por
excelência, de que a fraqueza é, nada mais, um sinal de que todos nós estamos
sujeitos ao fracasso.
Então, mulher,
liberte-se da culpa, liberte-se de tudo que a aprisiona, não seja prisioneira,
seja liberta.
Andréia
Franco
Aparecida
de Goiânia, 11/10/2015.
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