Eis que o mundo é uma verdadeira
bola gigante cheia de altos e baixos, que pessoas destroem e constroem as
coisas, mas, quando se fala em vida, o que há de maior valor para um ser humano
que sua própria vida? Nem o dinheiro, nem sua fortuna, nem os melhores médicos
poderão te salvar caso tu tenhas perdido a vida, a medicina, o dinheiro e a
fortuna nos ajuda a proteger a vida, mas, quando a perdemos, nada salva,
acabam-se os sonhos, projetos, expectativas, encantamentos, etc., corações ficam
despedaçados e vidas ficam destruídas porque, além de nós, temos nossas
famílias, esposos, filhos(as), amigos, colegas de trabalho/escola, etc.
Então, cabe a nós, quando formos
tomar certas decisões radicais em nossas vidas, deixarmos de ter a visão
egocêntrica do “eu” (individual) e pararmos um pouco para olhar as coisas de um
ponto de vista mais coletivo (do quanto isso poderá influenciar nas pessoas que
estão ao nosso redor). O mundo não gira somente em torno de nós, o mundo gira
em torno de nós e das pessoas que nos cercam.
Somos influenciados por nossos
pais, mães, avós, professores, colegas de classe, etc., de tal maneira que cada
um contribui um pouco em nossa formação enquanto indivíduos. Então, quando tomamos certas decisões, tais escolhas podem transferir a outros certa carga de:
preocupação, negatividade/positividade, carência, etc. Se você faz uma boa
escolha, quem te ama aplaude, se você faz uma escolha ruim, dependendo da sua
escolha, quem te ama chora. Por isso, ao pensarmos no eu, precisamos, de fato,
pensar no nós, porque cada um de nós tem um pai, uma mãe, um amigo, um
professor que te acompanhou na sua infância/idade adulta que torce pelo seu
sucesso e pelo seu bem e demais pessoas que diretamente/indiretamente podem vir
a sofrer em razão das escolhas que você fez/faz.
Pregar o ódio entre os povos é a
grande tática usada por líderes não só religiosos, como também políticos,
dentre outros, para separar as pessoas. Pessoas desunidas não reivindicam, não criam
laços, não se reúnem, não constroem coisas, nem mesmo uma coisa chamada lar.
Já dizia o velho Platão que pessoas,
quando se libertam da caverna que elas vivem, jamais retornam. Você acomodado
não viaja, não lê, não se esforça, não experimenta, chega a virar escravo de
suas próprias escolhas. Veja então quantas coisas você deixa de fazer quando
você se deixa dominar por influências/pessoas exteriores a você. É preciso
separar o real do não real, o bom do ruim, ponderar os dois lados e saber
escolher o mais ideal pra você, mas, quando falamos em ideal pra você, também
falamos no ideal/satisfatório para aqueles que tanto nos amam e nos querem bem.
Pessoas dominadas se acomodam na
caverna, pessoas libertas preferem a solidão que se tornarem escravos de
determinadas escolhas.
Quando o sol acaba vem logo a lua
para encantar e clarear a noite, então, pra quem quer, as coisas podem acontecer,
tudo só depende da sua vontade, esforço, dedicação, e outros. O dia de amanhã
virá para todos, mas, como ele será, depende mais de nós mesmos que dos outros.
Costumo dizer que as maiores barreiras para as pessoas concretizarem
determinados objetivos estão nelas mesmas, se elas não querem, muito do que
poderia acontecer nem sequer passa da primeira fase. O mal/bom de nós seres
humanos é que somos idealistas em certas coisas, que sonhamos, nos frustramos,
decepcionamos, etc. E, quando certas frustrações vem, acabamos por nos afundar
em nossas próprias amarguras acreditando que: “isso só acontece comigo”. Mas, “isso
só acontece comigo” não é de verdade porque coisas boas e coisas más acontecem
com todos nós.
A verdade é que o bom pode ser
mal e que o mal pode ser bom, depende do ponto de vista que o fato é observado.
Coisas ruins acontecem porque, de certa forma, há um fator positivo nisso, que
é o aprendizado e a experiência nova. Já as coisas boas acontecem porque na
vida também temos momentos bons,
alegres, o momento da mais plena felicidade. Mas, como tudo na vida passa, o que
é ruim passa e o que é bom também passa.
Quando estamos tristes pensamos
que nosso choro representa o quanto somos fracos, mas não, quando choramos
liberamos o sentimento ruim que há dentro de nós, eliminamos toxinas e o
estresse e, diretamente/indiretamente, nos libertamos de certas emoções e
cargas negativas que, aprisionadas, podem causar danos ao nosso corpo.
Então, saia da caverna, e quando
eu falo “saia da caverna” não estou dizendo necessariamente que você pode
viajar, mudar de cidade, de casa/e outros neste exato momento. Não, nossa
libertação vem de nossas escolhas, o lúdico é, poderia dizer, a maior viagem
que já fiz, pois ali pude ter contato com experiências jamais vividas e
ouvidas. Lá ouço personagens falarem, pássaros criarem uma sinfonia tão
perfeita que outros ouvidos talvez não sejam capazes de escutar, consigo me
identificar com a feiura e nariz empinado da Maria Joana que mais atrapalha que
ajuda, enfim, consigo compreender o mundo que eu vivo a partir do mundo que eu vejo
um narrador contar.
Pensadores dizem que não há pior
escravidão que a da própria mente, então, você: prefere ser liberto ou escravo?
Andréia Franco
Aparecida de Goiânia, 21 de setembro de 2015
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