sábado, 12 de março de 2016

- FRÁGIL É QUEM PENSA QUE MULHER É FRÁGIL!

             

            Resolvi escrever hoje esse texto para que nossas mulheres estejam cientes e acordem para a força que emana de dentro delas, de modo que podemos citar dois tipos de força humana: a interior e a exterior.
            Ideologicamente, o homem é representado enquanto indivíduo detentor de uma força “máscula” que surpreende até mesmo o mais leigo dos humanos, pois se constrói verdadeiros monumentos, obras de arte, etc.. Ressaltemos também a participação da mulher nessa sociedade que temos hoje, pois muitas delas deram suas vidas a determinadas causas, seja no lar, no trabalho, na faculdade, etc. Portanto, vale a pena dizer que um sexo não é melhor que o outro, mas que participam de formas distintas dentro da sociedade.
            Equiparando as duas balanças, fica mais fácil compreender que: “- Frágil é quem pensa que mulher é frágil!”, já que o discurso do dominador demonstra e reconhece certa “dependência” da personagem feminina na sua vida, pois necessita tê-la sobre seu controle. Então, “beijinho no ombro pra elas”, os recalcados que se cuidem, “mulher na direção, tranquilidade constante”.
            Vamos entender que a fragilidade é uma qualidade inerente a qualquer ser humano, já que todos nós, em determinados momentos de nossas vidas, nos tornamos frágeis, não é à toa que sentimos dor, choramos, reclamamos, ficamos doentes, etc. Em razão disso, deixemos de lado a noção de que somente a mulher é frágil, porque quem diz isso é, de fato, porque acredita no seu potencial, mas que entende que tal capacidade precisa ser “freada”, uma vez que o dominador precisa fazer a sua vítima entender que, além de frágil, ela é incapaz de se auto prover sozinha, pois ela precisa acreditar nisso, do contrário fugirá do controle do dominador.
            O que mal nos apercebemos na simples frase: “mulher tem sexo frágil” é a necessidade de dominação e controle do sexo oposto. Já dizia o ditado: “quem te perturba te controla”, eis a razão de se criar leis que mais repreendem que protegem a mulher. Vejamos bem os contos de fada onde a donzela indefesa precisa ser salva pelo príncipe. Coitadinha da princesa, é “incapaz” de “ser alguém” sem o príncipe, não conseguirá se salvar sem ele e, ao final, irá se casar com ele.
            Narrativas sutis, mas que não deixam de serem instrumentos de manipulação em massa, para dizer que a mulher, enquanto ser indefeso e frágil, precisa viver sobre a “proteção” do sexo oposto. Não vou me manifestar aqui contra ou a favor, pois a verdade é que cada um de nós somos donos de nossa própria vida e responsável por nossas escolhas, mas o fato é que acabamos por nos tornar “fruto” dessa manipulação em massa, acreditando que o príncipe encantado existe, que a vida pode ser “um verdadeiro paraíso”, que a caverna é o melhor lugar para se habitar, etc. Eis a ilusão que tanto nos acompanha e paira em nossas mentes.
            Com isso, parte de nossa vida é “jogada” pela janela, pois dentro de uma “caverna” você tem medo de ir ao encontro do desconhecido porque simplesmente disseram pra você que o desconhecido é um universo perigoso, que você é frágil e indefesa, precisa estar sobre a “proteção” do dominador. Assim, você ficará à disposição do dominador, não terá vida própria, pois você acredita que depende dele para se manter e que é incapaz de viver sozinha. Eis a ideologia, os paradigmas que mais assaltam nossas vidas, pois o tempo passa, a vida passa, os anos passam e, depois de muito servir a “interesses alheios”, percebe que o tempo passou, que suas mãos já estão calejadas, que você virou descartável porque simplesmente seus cabelos ficaram brancos e o gosto do manipulador mudou. Isso faz você se sentir mais uma “mercadoria” que propriamente um ser humano. Você não sabe onde “errou”, quando na verdade seu maior erro foi acreditar que você nunca seria capaz de determinadas coisas (como viajar, estudar, trabalhar, etc.), de sair da caverna que você criou em torno de si mesma.
            As histórias em quadrinhos geralmente contam as princesas usando sapatinhos de cristal, mas não mostram que esses sapatinhos ficam velhos, que os príncipes ficam rabugentos e as princesas também, que o sempre do: “felizes para sempre” sempre tem um fim. Vida a gente só tem uma, oportunidades às vezes só uma, não desperdicem determinadas oportunidades de suas vidas, pois as portas, assim como elas se abrem, elas também se fecham, lágrimas um dia secam, pés no chão.
            Se no mundo não existem direitos iguais é porque as leis foram criadas para beneficiar uns em detrimento de outros. Então mulheres, lutem porque conquista se ganha com luta e persistência, mar de rosas só existe em jardins que, depois de um longo trecho caminhado, as rosas ficam para trás, dando espaço para um solo quente, áspero e rústico.
            Deixo aqui o meu abraço, meu carinho e eterna admiração a essas mulheres que tanto nos ajudam a levantar esta nação.
Saudações.

Andréia Franco
Jornalista (MTB 3409/GO)
12/03/2016.



















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