sábado, 12 de março de 2016

Era uma vez uma Pátria Amada chamada Brasil...



Era uma vez
Uma Pátria Amada
Chamada Brasil...

Era habitada
Pelos índios que
Tinham a força,
A beleza e a valentia
Do herói, mas
Faltou-lhe a arte
Da malandragem
Para fazê-lo
Tirar vantagem
Do ouro, pedras
Preciosas e iguarias
Finas que o fariam
Virar cowboy

Foi quando encontraram
Um povo que, em termos
De malandragem, eram
Diplomados...

Eles encontraram nos índios
Um povo fácil de doutrinar
Por isso nossa terra escolheu
Para nossas riquezas tomar

Ah, havia índias, servidas
Ao bel prazer dos exploradores
Para a sua vida adoçar, não é
Só de coisas materiais que eles
Satisfaziam-se, uma bela índia
Era um bom aperitivo
Para depois do jantar

Dom Pedro até dizia:
“Elas tinham suas partes
Íntimas bem cerradinhas,
Seus peitos pareciam
Mamões, suas curvas
Eram bem esculpidinhas,
Venham para cá bravos
Amigos vamos o Brasil
Colonizar e desse país
Se apossar...”

A beleza da indiazinha,
Além de mito, tornou-se
Propaganda para muitos
Desbravadores virem aqui parar

O índio, por sua vez, era
Um ser que até então
Não conhecia o capitalismo,
Cuja lição foi-lhe ensinada à
Base de ferro, fogo, sangue e
Muitas perseguições a seu povo...

Tomaram dos Índios
Nossa Pátria Amada
Chamada Brasil...
Mas, fico me perguntando,
O Brasil não seria de
Seu próprio povo?

Apesar de serem vítimas,
O índio não era bobo não,
Ele recebia presentes,
Perfumes e coisas diferentes
Em troca do ouro,
De vagar o colonizador
Roubava o povo...

Por falta de instrução,
O índio foi escravizado,
Injustiçado, perseguido,
Assassinado...

Muitas vidas se foram,
Muitas lágrimas rolaram,
Muitos sonhos jogados...

Num certo dia
Aconteceu a Abolição que
Pôs fim à escravidão.

Talvez, num erro
De interpretação
Eu tenha dito algo
Errado, não houve
Fim da escravidão,
Houve o começo de
Uma nova era onde
Tornou-se crime a
Escravidão, fato este
Que não impede
Senhores que, ainda
Hoje, buscam maneiras
De escravizar a população,
É incrível como manipulam
Nosso povo e agora querem
Um país comunista, é à volta
Da escravidão onde mulheres
Sem condições de comprar
O leite de seus filhos
Terão que cair na prostituição.

E assim as leis mudaram,
Tudo mudou, até mesmo
O sonho do pescador
Mudou...

Muitas famílias trabalharam
E aqui conquistaram
Seu pedacinho de chão...

Muitos anos se passaram,
O trabalhador aqui ganhou
Muitos direitos, bradava ele:
“Oh, Pátria Minha, aqui nasci
E aqui quero morrer!”

Em muitas regiões
Era como o bang-bang
As coisas se resolviam
Era na base do tiroteio.

Não havia Direitos Humanos
Era o mundo do cada um
Por si, um por todos, cada
Um que se proteja como pode,
Mas, quem entrar na guerra,
Entra sem saber se sairá vivo ou morto.

Muito se evoluiu,
Nas ciências, nas artes,
Criou-se uma tal de
Constituição para
Assegurar nossos
Direitos, os Direitos
Do Povo, este foi um
Grande Feito.

O Estado ficou
Então obrigado
A proteger a nação,
Mas, talvez seja este
Um erro de interpretação,
Ganha chá de cadeia
E/ou multa quem
Resolver protestar
E/ou até mesmo um
Pé na bunda pode-se
Pensar em ganhar

E olha que vivemos
Num país cuja Constituição
Diz ser Democrático de Direito,
Era um direito que
Bradávamos no peito.

Na lei, protestar não é
Proibido não, mas é
Proibido falar verdades
Que nunca se tem ouvido.

Num Certo dia,
Um sujeito assina um
Tal decreto dando
Terras do povo para
Os injustiçados índios,
Mas, aí te pergunto:
“O que eu tenho à ver
Com a briga dos Portugueses
Com esses tais índios?”

A mídia, toda comprada, nada
Fez para a verdade mostrar e
Agora pessoas estão perdendo
Suas casas, o único lugar que
Tinham para morar... estão
Tirando-lhes tudo o que a vida
Inteira levou para conquistar
Porque prefeituras, para cumprir
Tal decreto, dão autorização
Para desconhecidos de sua
Terra se apossar, esse é o
Troco que se ganha
Por se viver num país
Cujas eleições mais
Parece um jogo de bang-bang,
Compra-se o voto com o
Dinheiro do povo e, depois,
Criam-se decretos para
Assaltar o povo. É um
Roubo amparado numa
Tal lei que só serve
Pra fu... com a vida do povo.

Fico me perguntando
Cadê a tal da Constituição
Por que lá fala que brasileiro
Tem direito a ter moradia,
Saúde e vida digna, de até
Mesmo ter sua própria mansão,
Mas como alegria de pobre
Dura pouco, o povão é
Um ser desgraçado, o
(Des)governo deixa-nos
Sofrendo às mínguas, não
Passamos de pobres coitados
Nas mãos de ladrões que
Roubam, aos poucos, nossa
Dignidade, nosso espírito,
Nossa nação...

É isso que o povo ganha
Ao colocar nosso país
Nas mãos de ladrão,
Ficamos chupando dedos
Enquanto o sistema
Vai-nos engolindo
Até o caixão.

Fico me perguntando
Cadê a tal da Constituição
E dos Direitos Humanos,
Ô minha filha, você sumiu!...

Constituição,
Direitos Humanos,
Este é o grito de
Toda uma nação!...

Andréia Franco
Aparecida de Goiânia-GO, 27/02/2015.


- FRÁGIL É QUEM PENSA QUE MULHER É FRÁGIL!

             

            Resolvi escrever hoje esse texto para que nossas mulheres estejam cientes e acordem para a força que emana de dentro delas, de modo que podemos citar dois tipos de força humana: a interior e a exterior.
            Ideologicamente, o homem é representado enquanto indivíduo detentor de uma força “máscula” que surpreende até mesmo o mais leigo dos humanos, pois se constrói verdadeiros monumentos, obras de arte, etc.. Ressaltemos também a participação da mulher nessa sociedade que temos hoje, pois muitas delas deram suas vidas a determinadas causas, seja no lar, no trabalho, na faculdade, etc. Portanto, vale a pena dizer que um sexo não é melhor que o outro, mas que participam de formas distintas dentro da sociedade.
            Equiparando as duas balanças, fica mais fácil compreender que: “- Frágil é quem pensa que mulher é frágil!”, já que o discurso do dominador demonstra e reconhece certa “dependência” da personagem feminina na sua vida, pois necessita tê-la sobre seu controle. Então, “beijinho no ombro pra elas”, os recalcados que se cuidem, “mulher na direção, tranquilidade constante”.
            Vamos entender que a fragilidade é uma qualidade inerente a qualquer ser humano, já que todos nós, em determinados momentos de nossas vidas, nos tornamos frágeis, não é à toa que sentimos dor, choramos, reclamamos, ficamos doentes, etc. Em razão disso, deixemos de lado a noção de que somente a mulher é frágil, porque quem diz isso é, de fato, porque acredita no seu potencial, mas que entende que tal capacidade precisa ser “freada”, uma vez que o dominador precisa fazer a sua vítima entender que, além de frágil, ela é incapaz de se auto prover sozinha, pois ela precisa acreditar nisso, do contrário fugirá do controle do dominador.
            O que mal nos apercebemos na simples frase: “mulher tem sexo frágil” é a necessidade de dominação e controle do sexo oposto. Já dizia o ditado: “quem te perturba te controla”, eis a razão de se criar leis que mais repreendem que protegem a mulher. Vejamos bem os contos de fada onde a donzela indefesa precisa ser salva pelo príncipe. Coitadinha da princesa, é “incapaz” de “ser alguém” sem o príncipe, não conseguirá se salvar sem ele e, ao final, irá se casar com ele.
            Narrativas sutis, mas que não deixam de serem instrumentos de manipulação em massa, para dizer que a mulher, enquanto ser indefeso e frágil, precisa viver sobre a “proteção” do sexo oposto. Não vou me manifestar aqui contra ou a favor, pois a verdade é que cada um de nós somos donos de nossa própria vida e responsável por nossas escolhas, mas o fato é que acabamos por nos tornar “fruto” dessa manipulação em massa, acreditando que o príncipe encantado existe, que a vida pode ser “um verdadeiro paraíso”, que a caverna é o melhor lugar para se habitar, etc. Eis a ilusão que tanto nos acompanha e paira em nossas mentes.
            Com isso, parte de nossa vida é “jogada” pela janela, pois dentro de uma “caverna” você tem medo de ir ao encontro do desconhecido porque simplesmente disseram pra você que o desconhecido é um universo perigoso, que você é frágil e indefesa, precisa estar sobre a “proteção” do dominador. Assim, você ficará à disposição do dominador, não terá vida própria, pois você acredita que depende dele para se manter e que é incapaz de viver sozinha. Eis a ideologia, os paradigmas que mais assaltam nossas vidas, pois o tempo passa, a vida passa, os anos passam e, depois de muito servir a “interesses alheios”, percebe que o tempo passou, que suas mãos já estão calejadas, que você virou descartável porque simplesmente seus cabelos ficaram brancos e o gosto do manipulador mudou. Isso faz você se sentir mais uma “mercadoria” que propriamente um ser humano. Você não sabe onde “errou”, quando na verdade seu maior erro foi acreditar que você nunca seria capaz de determinadas coisas (como viajar, estudar, trabalhar, etc.), de sair da caverna que você criou em torno de si mesma.
            As histórias em quadrinhos geralmente contam as princesas usando sapatinhos de cristal, mas não mostram que esses sapatinhos ficam velhos, que os príncipes ficam rabugentos e as princesas também, que o sempre do: “felizes para sempre” sempre tem um fim. Vida a gente só tem uma, oportunidades às vezes só uma, não desperdicem determinadas oportunidades de suas vidas, pois as portas, assim como elas se abrem, elas também se fecham, lágrimas um dia secam, pés no chão.
            Se no mundo não existem direitos iguais é porque as leis foram criadas para beneficiar uns em detrimento de outros. Então mulheres, lutem porque conquista se ganha com luta e persistência, mar de rosas só existe em jardins que, depois de um longo trecho caminhado, as rosas ficam para trás, dando espaço para um solo quente, áspero e rústico.
            Deixo aqui o meu abraço, meu carinho e eterna admiração a essas mulheres que tanto nos ajudam a levantar esta nação.
Saudações.

Andréia Franco
Jornalista (MTB 3409/GO)
12/03/2016.